terça-feira, 12 de julho de 2011

Ciclotur: Botucatu - Bofete - Botucatu



Cicloturismo é algo que contagia a todos que gostam de bicicleta, basta ler um relato ou ver algumas fotos e começa a dar vontade de pegar a bicicleta e fazer igual. Não faltam na internet ótimos relatos de cicloturismo, como os do Antigão por exemplo, sempre inspiradores, bem feitos e cheios de fotografias.
Decidi começar devagar, meu primeiro pequeno ciclotur foi até uma cidade próxima da minha, Pardinho, em Fevereiro deste ano, dando ao  todo uns 70 km, em um dia, logo que peguei a bike. Na época já tinha pensado em outros trajetos de um dia, mas na ultima bicicletada que participei, chamada de Biciclotucatu aqui na minha cidade, conversando com o Fernando, ele me disse que um dia tinha pego a bike e ido até uma cidade aqui perto chamada Bofete, e tinha sido bem legal. Desde então esse trajeto não me saiu da cabeça, e por esses dias arrumei um companheiro para a empreitada, o Bernardo, e começamos a planejar e ver alguns mapas do google, o que mostrava que dariam ao todo uns 105km, sendo que iríamos pela Marechal Rondom e voltaríamos pelo Castelo Branco, fazendo caminhos diferentes de ida e volta.
Combinamos que seria no dia 10 de Julho, as 7 horas, na minha casa, que era caminho para ele, o início da nossa pedalada. Seria a primeira vez que passaríamos dos 100km num único dia, portanto, menos sendo perto para os mais experientes, seria um marco para nós.
As bikes ainda não são nada próprias para Ciclotur, pois ainda faltam bagageiros, guidão mais confortável, peças mais confiáveis, pois são bicicletas bem simples, porém que vem dando conta do recado até então, claro, estamos sempre de olho na manutenção. O jeito foi a mochila nas costas, onde levei água, bolacha, algum dinheiro e ferramentas. O Bernardo levou sua mochila de hidratação, com algumas frutas e bolachas.
Pronto! 7:00 estávamos os dois em frente de casa, fechando o portão e saindo para a empreitada. Preferi parar em uma padaria perto de casa para tomar um café acompanhado de um pão de queijo, na verdade três mini pães de queijo, ao invés de fazer em casa, pois o risco de acordar minha filha pequenina era grande e minha esposa não ia ficar muito feliz! Rs
As 7:20h estávamos pegando estrada, a Rondom em direção a serra de Botucatu, a qual iríamos descer. Se não me engano são uns 5km de serra, no nosso caso, de descida, e ai aproveitamos para curtir a vista logo de manhã e bater algumas fotos. Estava frio, o jeito foi pedalar com blusa, senão ia ser uma tremedeira só. O trânsito da serra estava parado, acho que ví apenas um ônibus, que inclusive aparece nas fotos, e mais nada. A paisagem é muito bonita, ainda mais se você estiver descendo.

Após a serra seguimos um trecho com pequenas subidas e descidas, muito bom para pedalar, pois não era exaustivo. Passamos pelo primeiro pedágio, onde claro, não pagamos nada! Hehe ... Notei que nesse pedágio cobravam de motos, não lembro o valor, mas algo em torno de 3 pilas.  Num determinado trecho surgiu um desvio que anunciava que Bofete era por alí, o que não tinhamos notado no mapa, mas resolvemos seguir a placa, afinal de bicicleta se você errar o caminho, é triste voltar.

Entramos em uma estrada simples, sem acostamento, porém quase sem trânsito, praticamente eram apenas nós e a estrada. A vista dessa estrada é muito bonita, dando para avistar as três pedras bem ao longe e num angulo não dos mais belos, pois as três pedras vistas de um bom angulo são realmente lindas. Essa estrada foi muito fácil de pedalar, mesmo sem acostamento, pois não tinha muitas subidas e as vistas eram muito belas.
Chegamos em Bofete aproximadamente as 10:30h, e após umas fotos na entrada da cidade, fomos atrás de uma lanchonete, pois eu já estava com fome e sentindo uma certa fraqueza. Demos umas voltas na cidade, que é bem do interior, com armazéns que vendem de tudo, lojinhas agropecuárias e tudo o mais. Chegamos em frente a igreja da cidade, que toda cidade do interior tem, com praças e bancos para os encontros a noite, e avistei uma lanchonete aparentemente bem arrumada, mas era apenas a impressão. Não lembro o nome da lanchonete, mas não gostei. Pedi dois salgados, que foram esquentados no microondas, que fica muito ruim. Vá lá, se você tá na tua casa e tem umas sobras de salgado de alguma festa e você esquenta beleza, mas pagar 2 pilas cada salgado esquentado, aqui no interior não dá, no meu serviço compro uns que são uma beleza por R$1,25. Como sempre a Tubaina, clássica pra acompanhar o salgado estava ótima, mas com o preço a R$ 2,50 a garrafa não poderia estar ruim né, ô lanchonete cara! Sim, sou pão duro!
Fora a qualidade ruim e preço alto, me senti meio alienígena, pois o dono e seus amigos do outro lado do balcão nos olharam com uma cara bem estranha, talvez por causa da minha bermuda de ciclismo, que não deve ser tão “machona” naquela região, mas disso eu dou muita risada, acho engraçado até. O Bernardo, vegetariano convencido, ficou nas Trakinas e bananas com tubaina, muito bom também.

Depois do café da manhã mais reforçado, sentamos um tempo na praça para curtir a cidade, e até avistamos um ex companheiro de trabalho por lá, que deve ter ficado na curiosidade do que estavámos fazendo lá de bike.
Depois de curtir a pequena Bofete, resolvemos voltar a estrada, afinal era o pedal que estava muito bom. Voltamos a mesma estrada de anteriormente, para irmos até o final dela, onde entraríamos na Castelo Branco, que admito estava ansioso para pedalar nela. Eram apenas 10km dessa estradinha, mas o ultimo foi de matar, uma subida sem fim, de tirar o fôlego, mas vencemos de boa, pois até ai estávamos muito bem fisicamente. Depois da subidinha tenebrosa até as blusas tivemos que tirar, e olha que era uma manhã fria por aqui.

Entramos na Castelo com 50km pedalados, e ai foi tudo do contra, eu comentei que estava sem vento contra, e parece que o vento virou de propósito e começamos a pegar um vento muito forte, daí comentei que beleza, não tinha tanta subida, e chegamos a uma serra, que pra ajudar nem tinha uma placa, ou não a vimos, de início de serra.

Ai foi um pedala sem fim na subida, faz curva, mais subida, mais uma curva e sobe mais. Paramos para descansar em uma sombra que encontramos e aproveitamos para comer algo. Neste momento, de delírio total começamos a conversar sobre as cores dos carros, e concluímos que mais de 80% dos carros são da cor prata ou preto. Basta parar em uma rodovia e reparar, são raros os carros de outras cores. Mas só se chega a essa conclusão depois de 75km pedalados, sol e meia serra ainda a frente, começam os delírios. Rs
Voltamos ao pedal, serra acima, empurramos acho que nem 100mts, mas foi mais de tédio de tanta subida que de cansaço, pois em certos momentos nos sentíamos vencidos por ela. Mas tudo bem, a cicloviagem não poderia ser tão fácil assim. Passamos o 2° pedágio, este que não achei placas sobre motos, e achamos que acabaria a subida e nada, mais subida, subimos uns 7 ou 8 km, sem fim, sem trégua, fomos castigados pela Castelo, que dizemos estar muito fácil no começo, estradinha rancorosa essa.

Enfim chegamos na Castelinho, que liga  a Castelo Branco a Botucatu, o que seriam mais 22km, esses muito bem conhecidos, pois usamos essa rodovia para treinos aqui na região. Fiz esse trecho já no piloto automático, pois estava muito cansado, a mochila estava incomodando, o que me fez entender porque todo mundo fala tanto da necessidade do bagageiro, não havia mais posição confortável na bike. O Bernardo estava aparentemente bem fisicamente, resultado de suas pedaladas quase diárias, ou por causa do Led Zeppelin que ele estava ouvindo, que talvez tenha sido o combustível que me faltou, o Rock n Roll!
Mas desta forma, estávamos de volta a Botucatu, depois de 105 km pedalados, descidas e subidas de serra, frio, salgados caros requentados e muita risada, lembrando de coisas hilárias como o Mr Been de bicicleta com cestinha ultrapassando um pelotão de ciclistas de speed, e muito felizes pela pedalada, pela experiência e satisfeitos pela manhã de Domingo na bike. Rs

Mal terminamos esse ciclotur e já estávamos planejando outro, mas claro, com bagageiro desta vez. Foram apenas 105km para os leitores mais experientes no ciclotur, e grandes 105 km para leitores iniciantes como nós, que pela primeira vez ultrapassamos a barreira dos 100km num dia. E que venham os próximos!


Resumo:

Distância: 105,82 km
Tempo: 6:24:40 pedalados
Média: 16.5 km/h
Máxima: 56,2 km/h
Pneus Furados: 0
Problemas mecânicos: Nenhum
Gastos: R$ 8,15 (Café da manhã + salgados chinfrim caros e  requentados)






quarta-feira, 6 de julho de 2011

Eddie vedder - Society

Essa música fas parte da trilha sonora de um dos melhores filmes que assisti até hoje, chamado "Na natureza selvagem", baseado em fatos reais, no livro "Into the Wild", conta a história de um rapaz que após se formar resolve doar todo o dinheiro e sair no mundo até o Alaska, sem deixar notícias e contatos, apenas buscando o melhor dentro de sí para sí. O filme é triste, mas de uma mensagem muito forte.
Em algum momento devemos deixar a sociedade para trás, buscar o alaska interior de cada um, seja na música, no cicloturismo, no teatro, na caridade, e deixar de viver nessa sociedade individualista. Você só melhora se você buscar o melhor para sí, não adiantam promessas, barganhas com Deus, pois a vida lhe foi dada e é somente sua, somente você pode conseguir o que deseja, pois Deus já lhe deu tudo, basta aceitar.
Vale a pena conhecer, pois é um filme muito ligado ao espírito de liberdade do cicloturismo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ciclotur - Botucatu -> Bofete -> Botucatu - Aprox. 105km


Estamos planejando um ciclotur de Botucatu a Bofete, indo pela Rondom e voltando pela Castelo, o que dá aproximadamente 105km. Até o momento está confirmado eu e o Bernardo, mas outros amigos são bem vindos. Vale lembrar que para uma distância como esta deve-se ter um bom preparo em cima da bike, pois é uma distância longa, e quem não está acostumado realmente não deve participar.

Provavelmente será dia 10/07/2011, dependendo de conversas futuras e do clima.

Será totalmente por rodovias pavimentadas, bem ao estilo ciclotur, em média de velocidade confortável, respeitando os limites de cada um e aproveitando a pedalada.

Bora pedalar!

Seguem mapas: 
Ida


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Volta



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"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”Amyr Klink